Minha jornada na Aromaterapia
- Tamara Rangel
- 19 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Quando conheci os óleos essenciais para uso terapêutico, em meados de 2017, não havia muita informação e acesso sobre a Aromaterapia como hoje. Até então, eu havia estudado esses compostos químicos aromáticos nas aulas e laboratórios de fisiologia vegetal, bioquímica e química analítica na universidade. Ou seja, conhecia o funcionamento dos óleos essenciais nas plantas e não, ainda, no corpo humano. Mas, assim que eu entendi que a destilação dessa valiosa matéria viva da natureza poderia ser utilizada para ajudar em nossa saúde física e mental, foi como um despertar para algo grandioso que estava por vir.
Ainda não imaginava que poderia trabalhar com Aromaterapia, quando ganhei de presente de meu companheiro um colar difusor artesanal no encontro da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Poucos meses depois, numa feirinha comunitária, e também agroecológica, vi os óleos essenciais sendo vendidos pela primeira vez! Antes disso, eu já havia lido um monte de artigo e pesquisado em todas as lojas próximas pra encontrá-los. Meu coração transbordou quando saí da feira com meus primeiros vidrinhos de óleos essenciais nas mãos: alecrim, hortelã, patchouli e lavanda francesa. A partir dali estudei sem parar sobre como aquelas gotas poderosas poderiam tratar minhas crises de ansiedade.
Infelizmente não tive instruções adequadas, eu não sabia como utilizá-los da melhor forma. Pingava gotinhas nas mãos pra inalar, de maneira muito aleatória. As vezes passava na roupa até como perfume! Mas, felizmente, eu sou incansável quando o assunto é um conhecimento que me desperta curiosidade. Continuei estudando sem parar...

De 2017 para cá, pode não parecer tempo considerável para construção do conhecimento coletivo sobre as terapias integrativas e complementares (ou terapias holísticas). Mas acontece que vivemos o período da pandemia de covid-19, e especialmente em 2020, no isolamento social, esse assunto cresceu fortemente principalmente nas redes sociais. O "boom" do autocuidado, como algumas pessoas chamam, foi uma espécie de acordar para dentro, em que as pessoas passaram a se preocupar mais com seu estado mental trancados dentro de suas casas, ou mesmo se expondo a um vírus amedrontador para trabalhar do lado de fora. Cresceu a procura online pelo yoga, por exemplo, e outras práticas de autocuidado como a Aromaterapia.
Com essa crescente, muitos profissionais, assim como eu, começaram a se dedicar a um mercado promissor e que ajuda verdadeiramente com os cuidados em saúde. Contudo, a internet também esconde armadilhas e se buscarmos conteúdos rápidos esbarramos em posts rasos e em pessoas de má fé que se aproveitam pra fazer comércio deliberado das terapias. E por que estou chamando atenção para isso? É que a grande difusão sobre os óleos essenciais tem crescido de maneira controversa na internet. De um lado, temos pesquisadores e aromaterapeutas que produzem conteúdo aprofundado e preocupado em ajudar as pessoas, e de outro (possivelmente a maioria) estão pessoas irresponsáveis e até mesmo grandes empresas que vendem receitas rápidas e milagrosas para crescer o comércio de óleo essencial, sem qualquer atenção com sua saúde e individualidade.
Aromaterapia é para todas as pessoas! Ela cuida das crianças, dos idosos, de adultos e das especificidades das mulheres. Cuida de quem cuida. Mas é importante saber que a potência das plantas também deve ser cuidada. Um poderoso remédio pode vir a ser o mais perigoso veneno, se não usado com sabedoria. É a própria natureza que nos ensina isso, basta olhar toda diversidade de flora e fauna que se expressa na terra. Os óleos essenciais são só uma parte do funcionamento desse todo, mas são tão concentrados que revelam até mesmo segredos divinos. A ciência estuda suas propriedades farmacológicas há séculos, e os povos tradicionais praticam sua sabedoria há milênios. Nós somos apenas eternas(os) aprendizes.
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